Nathalia Goulart é nossa Head de Comunicação e compartilha como tem sido o trabalho remoto em tempos de pandemia. O post original está no LinkedIn.
“Hoje é nosso vigésimo primeiro dia de confinamento na casa do BBB, como apelidamos por aqui o período da quarentena. Estamos eu, meu marido e duas crianças – uma de 7 e outra de 4 anos – há 3 semanas fechados em nosso apartamento.
A dinâmica do home office não é nova para mim. Foram quase 6 anos de trabalho remoto desde o nascimento do meu filho mais velho. Conheço de cor as regras: tire o pijama, estabeleça uma rotina, tenha seu espaço de trabalho, mantenha uma lista de afazeres, tenha contato regular com sua equipe. Mas o isolamento social tirou de mim – de todas as mães que trabalham – o item mais essencial desta lista: conte com sua rede de apoio.
Diariamente conto com os avós dos meus filhos e a escola para manter-me ativa e produtiva. Agora, estão todos de portas fechadas, pelo bem coletivo. Uma mãe sem rede de apoio é uma mulher sobrecarregada. Sem rede de apoio, a equação filhos+casa+trabalho é sempre igual a exaustão, solidão ou caos. Às vezes, os três juntos.
Preciso dizer que tenho o privilégio enorme de trabalhar numa empresa que dorme e acorda para cuidar de mães e pais que trabalham. Quase 70% da nossa equipe é formada por mães. E isso significa muito neste momento. Os tempos de pandemia aceleraram o que temos dito há muito tempo: o futuro do trabalho é family-friendly. Como você pode notar, o futuro chegou.
É incrível ver o LinkedIn se transformado num grande álbum de família: líderes e colaboradores de grandes, médias e pequenas empresas compartilhando fotos do trabalho com seus filhos, dividindo dores e dicas. #SomosTodos aquele pai que, tempos atrás, rodou a internet depois de sua filha invadir uma entrevista ao vivo em rede nacional. Esse é o novo normal.
Por aqui, em casa, temos feito de tudo um pouco para garantir sanidade, produtividade e carinho.
Criamos rotina para as crianças. Previsibilidade acalma e dá segurança. Funciona todo dia? Não. Como tudo na parentalidade. Mas tentamos, todos os dias.
Se flexibilidade é palavra de ordem para qualquer mãe que trabalha, com o isolamento flexibilidade virou meu sobrenome. Não é todo dia que produzo bem para o trabalho, não é todo dia que sou a mãe que meus filhos precisam. Paciência.
Uma família é, antes de tudo, uma equipe. Mais do que nunca. Call precisa ser avisada com antecedência para que todo mundo se programe, assuntos que não são urgentes podem esperar. Cada um tem seu cômodo para limpar e o fogão é de quem sabe e de quem não sabe muito bem como cozinhar (estou falando dos adultos).
Tentamos olhar o copo meio cheio. É difícil lidar com estresse, inseguranças, demandas, medos e cansaço extremo. Mas aqui a gente escolheu usar esse tempo para se conectar com as crianças. O tempo de leitura juntos aumentou, de colo aumentou, de refeições juntos aumentou. Tem quebra-cabeça no meio da manhã, tem aula de ioga e dança em família no começo da noite. É incrível como há tempo para beleza também em meio ao caos.
E assim seguimos, até que a produção nos libere para sair do nosso BBB e abraçar todo mundo que nos espera lá no lado de fora da casa. Principalmente nossa rede de apoio.”